quinta-feira, dezembro 14, 2006

Pinochet


Não foi um governante perfeito, porquanto não existem governantes humanos perfeitos, e, apesar de católico, muito menos um defensor da Realeza Social de Cristo; porém, não foi também um adversário desta, ao invés de Salvador Allende, pedreiro-livre, marxista-leninista radical, mas admirador do eugenismo nacional-socialista, pornógrafo impenitente e declarado inimigo da lei natural. Sob a sua liderança, o Chile tornou-se um país sério, credível e próspero, ou seja, tudo aquilo que não havia sido nos caóticos anos do consulado allendista de 1970-1973, e com certeza um lugar muitíssimo mais frequentável do que a Cuba castrista.

Ora, acerca do país andino, os odiosos órgãos de propaganda política mal disfarçados de meios de comunicação social de referência omitem deliberadamente alguns factos que convém agora relembrar:

a) Allende foi eleito Presidente, por força do sistema eleitoral então vigente no Chile, com pouco mais de 35% dos votos apurados; assim, nunca representou formalmente a maioria do povo chileno;

b) Entre 1970-1973, num processo que tem um paralelismo perturbante com o da II República Espanhola, Allende agiu politicamente com sistemático desprezo pelas deliberações do Parlamento, que por diversas vezes o tentou refrear, e sentenças dos tribunais, mesmo as do Supremo Tribunal, isto é, com total desrespeito pela Constituição chilena, ademais deixando cair de modo deliberado o poder na rua e mãos de grupos de terroristas comunistas, os quais mergulharam o Chile numa espiral quotidiana e crescente de violência, terror e morte;

c) No mesmo período, e por força da política económica que levou a cabo, um misto de intervencionismo inepto e nacionalizações arbitrárias conjugado com uma reforma agrária mal estruturada, Allende atirou com o Chile para a quase bancarrota, provocando uma escassez generalizada de bens de consumo de primeira necessidade, que esteve na base dos célebres protestos em que as donas de casa de Santiago saíram para a rua batendo em caçarolas vazias;

d) Nas vésperas do 11 de Setembro de 1973, com a nada desinteressada colaboração de conselheiros políticos e militares cubanos, Allende preparava a radicalização final do processo revolucionário em curso chileno com vista à instauração de um regime marxista-leninista, num golpe que passava pela eliminação física das chefias militares do país, em estratégia semelhante àquela que Ernesto "Che" Guevara havia empreendido catorze anos antes em Havana; providencialmente, Pinochet frustrou tais planos, actuando na mais pura legítima defesa da ordem natural e da sua pátria, poupando-a ao calvário que forçosamente lhe teria trazido a plena instauração de um sistema inspirado na ideologia que o Papa Pio XI qualificou com mestria de intrinsecamente perversa.

É esta acção e as suas consequências - a frustração dos planos do internacionalismo vermelho - que não perdoam a Pinochet os facínoras que, com total ausência de respeito pela realidade da morte e desprovidos de uma réstia de dignidade humana, não hesitam em abrir garrafas de "champagne" para comemorar o falecimento do antigo Chefe de Estado chileno. E, mais uma vez, se vê a grandeza deste último face àqueles, e o quão benfazeja foi a sua actuação: é que quem abre as tais garrafas de "champagne" nestas circunstâncias, podendo não hesitaria em abrir "gulags", quando não o fogo dos pelotões de fuzilamento! Que descanse na paz do Senhor quem não permitiu tal!

JSarto

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