segunda-feira, julho 20, 2009

Martin Mosebach e a heresia do informalismo litúrgico


Terminei a leitura do livro “The Heresy of Formlessness - The Roman Rite and its Enemy”, da autoria de Martin Mosebach (foto supra), que acaso tivesse uma tradução portuguesa se intitularia, mais ou menos, “A Heresia do Informalismo - O Adversário do Rito Romano”. Recomendo-o.

Trata-se de um trabalho simples, de leitura acessível, onde Mosebach plasma as suas impressões pessoais acerca do rito tradicional latino-gregoriano e da reforma litúrgica de Paulo VI. E fá-lo não na qualidade de teólogo ou especialista litúrgico que reconhece não ser (não se espere encontrar aqui uma análise sistemática crítica como acontece com o “Pope Paul’s New Mass”, de Michael Davies), mas antes na de simples leigo dotado de um enorme “sensus catholicus” que transmite através de uma prosa lânguida e melancólica, quase poética. No fundo, Mosebach assume-se como o porta-voz de todos os leigos que deploram profundamente a marginalização a que o rito tradicional continua a ser submetido no seio da Igreja Católica institucional, pondo em letra de forma tudo o que os mesmos sentem sobre esta questão. Para ele, este rito é sacralidade, reverência, elevação espiritual e beleza, em suma, é tudo aquilo que o novo rito de Paulo VI não consegue ser.

Duas notas finais, a título de curiosidade:

a) a presente edição em língua inglesa foi publicada pela “Ignatius”, uma editora jesuíta norte-americana que surpreendentemente simpatiza muitíssimo com a tradição católica;

b) Mosebach é um confesso admirador da obra de Nicolás Goméz Dávila e um dos seus grandes divulgadores na Europa; no livro ora analisado, cita por duas vezes o genial mestre colombiano.

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