domingo, dezembro 23, 2012

Gregoriano de Advento



Pelas Monjas Beneditinas de Maria Rainha dos Anjos.

Infelicíssima decisão


Antes de mais, duas ressalvas sobre Paulo VI:

1ª) Foi um Papa legítimo da Igreja Católica;

2ª) Na certeza de que a misericórdia divina é infinita, desejo com toda a sinceridade que se tenha salvado para a vida eterna.

Dito isto, a recente decisão de Roma concluir o processo de beatificação do Papa Paulo VI é infelicíssima: o recém Venerável foi o rosto visível máximo e o principal responsável pela maior crise de identidade que a Igreja Católica alguma vez atravessou, crise cujos efeitos devastadores se continuam a fazer sentir até aos dias de hoje. O simples facto de ter sido Paulo VI o Papa que tentou banir para sempre a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano, conseguindo marginalizá-la com maligno sucesso na Igreja do Ocidente, é algo que por si só o tornaria indigno de uma beatificação (pesem embora, por exemplo, outros actos do seu pontificado como a “Humanae Vitae” ou o “Credo do Povo de Deus”).

A suceder essa beatificação, como fiel católico não terei outra alternativa que não seja a de acatá-la, mas o novo Beato não será objecto da minha devoção privada. A isso, em consciência, não sou obrigado. Ou, então, talvez lhe peticione para interceder pela Missa Tradicional de rito latino-gregoriano, para que esta volte a ser celebrada de modo efectivamente livre no mundo inteiro e em especial no meu país - Portugal. Quem sabe, quem sabe… Afinal, desejar isto já não é querer ser Papa no lugar do Papa…

A ler também - Paolo Mesto Un Santo?, no “Orbis Catholicus”.


sexta-feira, dezembro 21, 2012

A influência do Catolicismo na obra de Tolkien



A propósito da estreia do filme “O Hobbit”, o jornalista canadiano Michael Coren entrevista o Professor Joseph Pearce acerca da influência do Catolicismo na obra literária de Tolkien.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Sensacional Primeiro-Ministro Húngaro

 
Alguém imagina que qualquer uma das figurinhas patéticas que compõem a actual classe política portuguesa - gente menor e medíocre, no seu todo -, alguma vez pudesse discursar da forma e com o nível com que o fez recentemente o Primeiro-Ministro da Hungria? A resposta possível é apenas uma: claro que não! E que esta seja a triste realidade nacional do momento presente, é facto bem sintomático do estado de horrível degeneração, mais do que de mera decadência, a que Portugal chegou no seu todo…

***

Europe must return to Christianity before economic regeneration is possible, Prime Minister Viktor Orban of Hungary said at a conference last week. According to Orban, the growing economic crisis in Europe is one that originates in the spiritual, not the economic order. To solve this crisis, he proposed a renewal of culture and politics based on Christian values to save Europe from economic, moral and social collapse.

“An economic improvement is only possible for Europe and Hungary if souls and hearts rise, too,” Orban said at the XIV Congress of Catholics and Public Life on “Hope and the Christian response to the crisis.”

Behind every successful economy, Orban said, there is “some kind of spiritual driving force.”

“A Europe governed according to Christian values would regenerate.”

“The European crisis,” he said, “has not come by chance but by the carelessness and neglect of their responsibilities by leaders who have questioned precisely those Christian roots. That is the driving force that allowed European cohesion, family, work and credit. These values were the old continental economic power, thanks mainly to the development which in those days was done in accordance with [those] principles.”

Info Catolica, a Spanish language news site, quoted Orban saying that even the credit crisis has been driven by the abandonment of Christian principles. The Christian Church before the Reformation, he said, always opposed usury (the charging of exorbitant rates of interest on loans) - a practice that has led to massive, insoluble debt both at the national and individual, personal levels of families.

In a Christian Europe the excesses that have created the economic crisis would not have been possible, he said. “A Christian Europe would have noticed that every euro is worked for. A Christian Europe would not have allowed entire countries sink into slavery to credit.”

Orban, himself a Protestant, said it was the Protestant Reformation that first ushered in the age of usury and unfettered greed in which credit has been stripped of its moral dimension. Referring to the harsh “austerity measures” imposed by the EU on Greece and Italy, that have resulted in widespread unemployment and economic hardship, he said that political leaders have abandoned the “human aspects” of economics in efforts to contain the massive national debts accumulated by socialist governments over the last century.

Os bispos portugueses e o declínio da natalidade

Os bispos portugueses manifestaram recentemente a sua preocupação com o acentuado declínio da natalidade ocorrido nos últimos anos em Portugal. Parece-me louvável esse sentir perante este fenómeno, tal como julgo serem de elogiar as medidas sugeridas pelo episcopado nacional para combatê-lo. Porém, as mesmas medidas, ainda que necessárias, por si sós não são suficientes para inverter a tendência verificada.

De facto, a este respeito, seria de toda a utilidade que os nossos bispos recordassem e defendessem publicamente o magistério constante da Igreja Católica condenando a regulação artificial dos nascimentos - magistério perfeitamente explicitado nas importantíssimas encíclicas “Casti Conubii”, do Papa Pio XI, e “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI -, bem como seria de toda a utilidade que não temessem enfrentar e afrontar os disparates do mundo responsáveis pela situação a que chegámos quanto à queda dos nascimentos em terras lusitanas. Em consequência, seria de elogiar que não hesitassem em criticar de viva voz a ideologia feminista radical marxista do género e os seus derivados corporizados no ódio à maternidade (D. Jorge Ortiga, diga-se em abono da verdade, parece pretender - ainda que timidamente - contrariar este ódio), no anticoncepcionismo abortifaciente que transformou as mulheres portugueses em viciadas em pílulas, e no aborcionismo homicida puro e duro, para tal fim usando, sempre que possível e quando a tal se preste a maturidade dos fiéis ouvintes, a pregação dos púlpitos, mas também a administração do sacramento da Penitência nos confessionários e a leccionação dos cursos de preparação matrimonial (estes últimos, no presente, orientados muitas vezes de forma lastimável por leigos ignorantes e hostis aos magistério).

Seria bom que tudo isto assim fosse. Contudo, neste campo, as coisas não estão a suceder da forma desejada, como de resto em muitos outros. Tenhamos esperança que se modifiquem, exista vontade para isso no episcopado português.

sábado, dezembro 08, 2012

Festa da Imaculada Conceição


Conforme já aqui escrevi uma vez, a Epístola extraída do livro dos Provérbios (8, 22-35), lida a 8 de Dezembro, por ocasião da Festa da Imaculada Conceição, pela sua imensa e intensa beleza, é uma das minhas leituras preferidas ao longo de todo o ano litúrgico tradicional: nela descobrimos Nossa Senhora associada aos desígnios de Deus ainda antes do início da criação do mundo. Aqui fica:

Pertenci ao Senhor logo no início dos seus caminhos, ainda antes de Ele ter criado fosse o que fosse. Fui constituída desde a eternidade, em época remotíssima, ainda antes de o mundo existir. Quando fui concebida, ainda não havia abismos nem as fontes tinham brotado, nem se tinha erguido a mole imponente das montanhas; vim à luz antes de se altearem as colinas, quando ainda não tinha feito, nem a terra, nem os rios, nem os pólos do eixo do globo. Quando desdobrava os céus, já eu estava presente. Quando submetia os abismos ao curso das leis invioláveis; quando estendia os espaços siderais, e punha em equilíbrio as fontes subterrâneas; quando fixava os limites ao mar, e lhe impunha não violá-los; quando lançava os fundamentos da terra, - eu estava com Ele dispondo todas as coisas e deleitava-me sem cessar, jubilosa por me encontrar a seu lado, brincando sobre o globo da terra, e deliciando-me por viver entre os filhos dos homens. Agora, meus filhos, ouvi-me: “Felizes os que seguem os meus caminhos! Aceitai os meus ensinamentos, e cultivai a sabedoria, não os rejeitando. Feliz o homem que me encontra, e que permanece constantemente de vigia à minha porta, sem nunca deixar os seus umbrais! O que me encontrar, encontra a vida, e alcançará do Senhor a salvação”.


[Le] Fils de Dieu, dans le passage de l'Ecriture que l'Eglise nous propose aujourd'hui et que nous venons de lire, insiste sur sa préexistence à toutes les créatures qui forment cet univers. Comme Dieu, il est engendré de toute éternité au sein de son Père; comme homme, il était dans la pensée de Dieu le type de toutes les créatures, avant qu'elles fussent sorties du néant. Mais le Fils de Dieu, pour être un homme de notre filiation, ainsi que l'exigeait le décret divin, devait naître dans le temps, et naître d'une Mère : cette Mère a donc été présente éternellement à la pensée de Dieu comme le moyen par lequel le Verbe prendrait la nature humaine ; le Fils et la Mère sont donc unis dans le même plan de l'Incarnation; Marie était donc présente comme Jésus dans le décret divin, avant que la création sortît du néant. Voilà pourquoi, dès les premiers siècles du christianisme, la sainte Eglise a reconnu la voix de la Mère unie à celle du Fils dans ce sublime passage du livre sacré, et a voulu qu'on le lût dans l'assemblée des fidèles, ainsi que les autres passages analogues de l'Ecriture, aux solennités de la Mère de Dieu. Mais si Marie importe à ce degré dans le plan éternel ; si, comme son fils, elle est, en un sens, avant toute créature, Dieu pouvait-il permettre qu'elle fût sujette à la flétrissure originelle encourue par la race humaine? Sans doute, elle ne naîtrait qu'à son tour, ainsi que son fils, dans le temps marqué ; mais la grâce détournerait le cours du torrent qui entraîne tous lès hommes, afin qu'elle n'en fût pas même touchée, et qu'elle transmît à son fils qui devait être aussi le Fils de Dieu, l'être humain primitif qui fut créé dans la sainteté et dans la justice.

A "experiência da Tradição" em marcha



Missa Tradicional de rito latino-gregoriano celebrada na Basílica de São Pedro, em Roma, no dia 3 de Novembro último.

Travessia do deserto (estado de espírito)

quinta-feira, novembro 01, 2012

Um Bispo na tormenta



Em Dia de Todos os Santos, como de costume neste espaço, a nossa homenagem à santa memória de Monsenhor Marcel Lefebvre.

Sobre o filme supra, mais pormenores aqui.

Desabafo acerca de uma certa "resistência católica"

Causam-me perplexidade os caminhos ínvios pelos quais, nos últimos tempos, uma certa “resistência católica” decidiu enveredar, num processo que tem entre os seus protagonistas pessoas que me habituei a estimar. Provocam-me estranheza a falta de subtileza, de argúcia e até de finura diplomática demonstradas por estes “resistentes”. Pretendendo o impossível - uma Igreja perfeita quanto ao elemento humano que a compõe, olvidando-se de que na Igreja houve, há e haverá sempre porcaria, por vezes até muita (releia-se a tal respeito, para não se ir mais longe, a “Pascendi”, de São Pio X) -, esquecem-se outrossim do que é essencial: o bem maior das almas e o bem que para tantas delas adviria da “experiência da Tradição” poder ser feita no seio da Igreja institucional, numa estrutura perfeitamente regularizada de um ponto de vista canónico (que seria a maior existente deste género) e sem a irregularidade fáctica que provoca a desconfiança - injusta ainda que compreensível - de tantos fiéis piedosos mas menos esclarecidos. Ah, que bem decorreria para estas almas de um contacto sem entraves com a Missa Tradicional de rito latino-gregoriano e com os restantes sacramentos também administrados sob a forma tradicional! Assim, no fundo, no fundo, estes “resistentes” são involuntariamente os melhores aliados da contra-igreja personificada pelos modernistas e progressistas. E perante esta lamentável atitude de esquecimento do fundamental em face do acessório, não posso deixar de recordar as palavras proferidas por Nosso Senhor Jesus Cristo, a propósito da parábola do administrador infiel (São Lucas 16, 8):

(…) os filhos deste mundo são mais sagazes que do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.

domingo, outubro 28, 2012

Festa de Cristo Rei


Dominabitur a mari usque ad mare: et a flumine usqe ad terminos orbis terrarum. Et adorabunt eum omnes reges terrae: omnes gentes servient ei.

***

Dominará dum mar ao outro, e desde o rio aos confins da terra. E adorá-Lo-ão todos os reis da terra e servi-Lo-ão todos os povos.

Salmo 71 - 8,11

domingo, outubro 14, 2012

Fidelidades

Por estes dias, a propósito do 50º aniversário do começo do Concílio Vaticano II, tenho lido uns poucos artigos na comunicação social, ora escritos por leigos, ora escritos por sacerdotes, defendendo a necessidade de a Igreja se manter fiel ao Concílio Vaticano II (por exemplo, aqui, onde o colunista curiosamente define como uma mera “constipação” aquilo a que o próprio Papa Paulo VI chamou “fumo de Satanás”).

Não posso deixar de achar piada quando leio tais apelos, sendo caso para perguntar: fidelidade a quê? A um Concílio mítico e irreal que só existe na imaginação daqueles articulistas e quase sem qualquer correspondência efectiva tanto com a letra dos autênticos documentos conciliares, como sobretudo com o espírito de continuidade a que a interpretação dos mesmos deve ser sempre submetida (e não ao espírito de ruptura obviamente sufragado por tais opinadores)? E esta fidelidade ao Concílio Vaticano II implica, ou não, a infidelidade à ortodoxia do corpo doutrinário de fé e moral católicas de que a Igreja é depositária desde os tempos apostólicos, bem como a todo o magistério eclesial extraordinário e ordinário constante (mormente, o magistério pré-1962)? Acarreta porventura, ou não, o desprezo pelos restantes vinte concílios ecuménicos, nomeadamente pelo Concílio de Trento e pelo Concílio Vaticano I?

Passo a responder: caso a fidelidade ao Concílio Vaticano II implique o rompimento com todas e qualquer uma das realidades que mencionei no parágrafo anterior, a um católico digno desse nome não restará outra alternativa que não seja a de ser radical, absoluta e totalmente infiel ao Concílio Vaticano II. Para continuar a ser católico e não qualquer outra coisa!

Porém, como bem tem recordado o nosso querido Papa Bento XVI em intervenções públicas efectuadas nos últimos dias, não parece ser este o caso e o que deve prevalecer sempre é o espírito da continuidade. E para que tal prevalência se consolide, acrescento eu, vai sendo tempo de se passar das proposições para as imposições e de se fixar definitivamente, em conformidade com a hermenêutica da continuidade, a interpretação autêntica dos pontos controvertidos do Concílio Vaticano II e que tanto mal provocaram no seio da Igreja nos últimos cinquenta anos. De resto, conforme o defendem cada vez mais vozes autorizadas no interior da Igreja também.

sábado, outubro 13, 2012

A Igreja Católica antes e depois do Concílio Vaticano II






O enfâse, sobretudo no primeiro video, é posto na realidade norte-americana, mas muito do que aqui se diz tem aplicação a qualquer outra parte do mundo. E bispos como o que Michael Voris verbera é o que ainda há mais por aí. 

O Papa Bento XVI, a propósito do 50º aniversário do começo do Concílio Vaticano II

De um texto originalmente publicado no “L’Osservatore Romano”. Palavras que convém sempre lembrar:

Se, ao início do Concílio, tinham prevalecido os episcopados do centro da Europa com os seus teólogos, nas sucessivas fases conciliares o leque do trabalho e da responsabilidade comuns foi-se alargando cada vez mais. Os bispos reconheciam-se aprendizes na escola do Espírito Santo e na escola da colaboração recíproca, mas foi precisamente assim que se reconheceram servos da Palavra de Deus que vivem e trabalham na fé. Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer: eram Padres do Concílio com uma voz e um direito de decisão só enquanto bispos, quer dizer em virtude do sacramento e na Igreja sacramental. Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova, mas compreendê-las a ambas de modo mais profundo e, consequentemente, «renová-las» de verdade. Por isso, uma hermenêutica da ruptura é absurda, contrária ao espírito e à vontade dos Padres conciliares.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Oh ... wow!

Original taken from here

«Fifty years ago today the Second Vatican Council began with a clear indication of who had gained control of the Catholic Church’s direction. From the Latin Mass to meatless Fridays to the concept of salvation, numerous components of the faith were set to be reformed, led mostly by clerical academics who had served on preparatory commissions. So powerful were they that Cardinal Alfredo Ottaviani, a conservative who headed what is now the Congregation for the Doctrine of the Faith (which the future Pope Benedict XVI would later lead), was vocally heckled and silenced by his participating colleagues.
As described to journalist Robert Moynihan by Monsignor Brunero Gherardini, who attended the council and lives at the Vatican, Cardinal Ottaviani was addressing the 2,000 assembled bishops in October 1962: “As he speaks, pleading for the bishops to consider the texts the curia has spent three years preparing, suddenly his microphone was shut off. He kept speaking, but no one could hear a word. Then, puzzled and flustered, he stopped speaking, in confusion. And the assembled fathers began to laugh, and then to cheer...” This was on day three.

It turns out, according to Monsignor Gherardini, that it was Cardinal Achille Lienart, a leading liberal from France serving on Vatican II’s board of presidency, who cut Cardinal Ottaviani’s microphone. Ottaviani would later author a major critique of the vernacular Mass that came out of the council, a plea to Pope Paul VI that fell on deaf ears.
Some of the reformist-oriented clergy participating in the Second Vatican Council would eventually rise through the ranks of the Catholic Church. Karol Wojtyla (the future John Paul II), who was a young archbishop in Cracow, was seen as the liberal counterweight to Cardinal Stefan Wyszynski, who was the conservative, yet popular, primate of Poland. Father Joseph Ratzinger (the future Benedict XVI), was the periti (theological expert) for Cardinal Joseph Frings of Cologne, writing the cardinal’s speeches for the council, including one calling Cardinal Ottaviani’s Vatican office too traditional and authoritative. Even though Raztinger had been ordained a priest over a decade ago, his attire throughout the Second Vatican Council was a secular business suit and necktie.
The results of holding a council during prosperity in order to modernize the institution quickly became disastrous. While countless priests, brothers and nuns quit, most Catholics stopped attending Mass and the remaining Catholics largely embraced dissent. Even Pope Paul VI, who led most of Vatican II, reflected 10 years after the council’s opening with an infamous observation that “from some fissure the smoke of Satan has entered the temple of God.”
Fast-forwarding, the Latin Mass has made a comeback, in part because of the rightward-drifting Pope Benedict. Cardinal Timothy Dolan, head of the church in the U.S., writes about restoring meatless Fridays and fasting. And the Society of Saint Pius X (SSPX), a traditionalist order of priests, has forced the Vatican to address the substance of the Second Vatican Council. Religious liberty and the Mass are at the heart of the talks, including whether the SSPX is permitted to simply ignore these pastoral (as compared to dogmatic) writings. Ecumenism, which was called “the enemy of the Immaculata” by Saint Maximilian Kolbe, a Franciscan priest killed in a Nazi concentration camp, is being weighed and discussed after 40 years of visits to mosques, temples and other non-Catholic houses of worship with little conversions as a result. To contrast, when Pope Pius XII negotiated with the chief rabbi of Rome, the rabbi converted to Catholicism and chose Pius’ name of Eugenio as he was christened.
Defenders of the Second Vatican Council from a center-right perspective have insisted that nearly all negative indicators of the Catholic Church have stemmed from the “spirit of the Council.” As seminaries continue to close (all but one remains in Ireland), parishes continue to merge and convents are redeveloped, a key question ought to be what tangible, positive results have occurred in those five decades. No one has been able to point to an actual statistical benefit of Vatican II and its 16 documents. Ironically, the only current growth in vocations is in religious orders such as the Priestly Fraternity of Saint Peter that reject the new Mass and most of the liberalizations of Vatican II.
Fifty years later, the greatest accomplishment that can be said for the Second Vatican Council is Pope John XXIII’s stated goal to “throw open the windows of the Church.” Yet from conversions to Mass attendance, it has produced nothing measurable in the upward direction. Perhaps traditionalist Catholics, led by the SSPX, are onto something when they call into question the council itself. Their solution is for the pope to simply erase all 16 Vatican II documents and restore the liturgy, teachings and discipline in place before the collapse of all that was considered good and holy in 1962.» 
Kenneth J Wolfe 

terça-feira, outubro 09, 2012

Catalonia is not Spain



En estos días de descomposición absoluta de todo, de las naciones, pero también –y peor- de las almas, sale una vociferante parte de la población catalana reclamando su independencia, lo que pareció llegar a algún tipo de clímax durante el último partido Barcelona-Real Madrid. En el Barça se empeñan en repetir machaconamente aquello de que “so[n] más que un club”. ¿Serán, acaso, un puticlub?
Lo que no es menos cierto es que muchos españoles están absolutamente hartos de los chantajes nacionalistas, sean estos catalanes o vascos, y por primera vez un referéndum a nivel de todo el territorio español, como manda la ley, podría saldarse con la independencia de Cataluña (y de las Vascongadas también). No es que haya muchos catalanes que quieran ser independientes, es que empieza a haber (y esto es un fenómeno reciente) muchos españoles que quieren ser independientes de Cataluña o, por lo menos, no estar sometidos a sus chantajes y mentiras.
¿A qué viene todo esto en una bitácora católica?
En primer lugar resulta que los Obispos españoles llamaron la atención sobre los peligros que subyacen con la prospectiva independencia de Cataluña. Luego cuatro de los Obispos catalanes parecieron replicar a todo ello. Lamentablemente todos ellos, prueba de la ineptitud e impotencia del Episcopado español, fallan en mencionar lo obvio y lo sustancial: el bien común amenazado por la más que probable secesión, el 4º Mandamiento –que según Santo Tomás de Aquino obliga más con la Patria que con la propia familia-, la crítica a ese concepto romántico, revolucionario y moderno (y nefastísimo) de nación = Estado, etc. Mis queridísimos (españolísimos y catalanísimos) Sucesores de los Apóstoles en tierras españolas, y dicho con todo el respeto: ¡son Vds. una mierda teológica de considerables proporciones! Y, encima, llenos de respetos humanos. Últimamente cuando rezo por Vds., que lo hago, y bien que me cuestan los ayunos y algún que otro sacrificio que hago por mis Obispos, les confieso que me alivia al hacerlo el ponerme una pinza en la nariz. Excelencias, ¡hieden!
En segundo lugar resulta que el bien común, incluido el de los catalanes, incluso sólo mirado desde lo económico, puede verse gravísimamente amenazado. La ventaja de este artículo que aquí enlazamos es que está escrito desde una seriedad y un rigor que no se acostumbra a ver en los mass me(r)dia habituales, citando a un economista indio de reconocidísimo prestigio que vive en Barcelona. Perdónenme mis católicos lectores, pero lamentablemente el único lenguaje que muchos entienden hoy día es el dinero, incluyendo muchos más católicos de lo que sería deseable.
En tercer lugar, sin entrar en conspiranoias, la independencia de Cataluña (que yo ya presiento inevitable, por cierto) llevará a una gran persecución de los católicos. Es lógico: Cataluña es una región muy masónica, posiblemente la más masónica de Europa. Que nadie se haga ilusiones: no existe compatibilidad ni coexistencia entre la Masonería y el Catolicismo. La historia del mundo no es más que la historia de Satanás contra Dios y, desde hace 2000 años, y en palabras de San Juan, la historia de la Sinagoga de Satanás contra la Iglesia. Los masones están donde están, sean conscientes o no de ello. Y nosotros estamos, o deberíamos estar, con Cristo. En este artículo se reconoce, por cierto, que todos los partidos políticos catalanes están infiltradísimos por la Masonería. Y discrepo de su autor en que el PP no lo está: también lo está (abraza principios masónicos, desde luego). De políticos catalanes, y horripilantes blasfemos, que si no son masones sí, cuando menos, participan de sus programas e ideario, queda esta blasfemia a risotadas cometida contra la corona de espinas de Nuestro Señor por dos cualificados líderes políticos catalanes.
En cuarto lugar el hecho, innegable, de la apostasía y pérdida de Fe en Cataluña. Más aún, la amplificación hasta el paroxismo de dicha apostasía cuando Cataluña se independice. Cataluña es ya la región española de más baja práctica religiosa: apenas un 4 % de los católicos bautizados son practicantes. Y esto con el laxísimo criterio de quien acude a la Iglesia una vez al mes. No es posible dar una explicación completa en unas pocas líneas acerca de cómo se ha llegado aquí en Cataluña, pero caben mencionar los siguientes: los efectos devastadores del Vaticano II, que fueron más pronunciados en esta región; un pasado nihilista, romántico y anarquista de Cataluña que los santos catalanes contemporáneos –como San Antonio María Claret- tantas veces repudiaran; su proximidad a Francia (que incluso en tiempos del pre-V2) ya le hizo partícipe de muchas de las erróneas y descarriadas ideas que venían del norte de los Pirineos (como no podía ser de otro modo, pues la caterva galicana, regalista, jansenista y descartiana, no puede producir nada bueno); la adscripción de buena parte del clero a los distintos marxismos, incluyendo la teología de la liberación y el nacionalismo feroz, etc. Todos ellos son factores que han contribuido a esta brutal apostasía.
En quinto lugar la mentira como forma de vida, como algo en lo que uno vive estructuralmente instalado. Y no sólo la mentira, sino el odio homicida. Y en tiempos modernos el imaginario de los niños y adolescentes catalanes se ha llenado de de falsedades, de odios contra España y contra todo lo español. Peor, de odio contra las Españas (ya sé que debo ser el último de Filipinas, pero sigo prefiriendo la tradicional denominación de las Españas a esa moderna, traída por gentes de ínfulas absolutistas, de llamar España a las Españas). Pocos alegatos tan poderosos como el escrito por el Profesor Javier Barraycoa –catalán, por cierto- desmontando las mentiras flagrantes del nacionalismo catalán, que su libro “Historias ocultadas del nacionalismo catalán”. Y si Nuestro Señor denominó Príncipe de la Mentira a Satanás, ¿quién se enseñorea de verdad sobre aquella región española? Más digo, ¿quién es el homicida y el odiador por antonomasia?
Personalmente no puedo aprobar, con criterios católicos en la mano, el intento separatista catalán, aunque en el plano de los hechos yo sea pesimista. Más aún cuando veo que los líderes catalanes reciben el beneplácito del New York Times y de Israel, auténticas fuerzas vivas mundiales. No se entiende Cataluña sin España ni se entiende España sin Cataluña. Es más, la contribución neta de lo catalán a la forja de España es inmensa.
España, sin su alma católica no es nada. España, como Portugal, son Patrias destinadas a forjar Patrias más allá del mar, Patrias por Cristo, con Cristo y en Cristo. Patrias para Cristo. Cuando una nación católica, destinada a convertirse en sal del mundo, deja de salar, se la arroja al fuego (Mt 5, 13; Mc 9, 50). Eso pasa ahora con España. Porque España sigue teniendo un ascendiente espiritual que no deja de sorprenderme en el mundo hispánico. ¿Qué hace España ahora sino pervertir espiritual y moralmente a las Patrias hispanoamericanas? De todas formas ya no los dijo nuestro insigne Menéndez Pelayo, quien hace 100 años no yerró al vaticinar que la pérdida de la unidad católica de España significaría la disgregación y descomposición de España.

“España, evangelizadora de la mitad del orbe; España martillo de herejes, luz de Trento, espada de Roma, cuna de San Ignacio; ésa es nuestra grandeza y nuestra unidad; no tenemos otra. El día en que acabe de perderse, España volverá al cantonalismo de los arévacos y de los vetones o de los reyes de taifas.”
A este término vamos caminando más o menos apresuradamente, y ciego será quien no lo vea. Dos siglos de incesante y sistemática labor para producir artificialmente la revolución, aquí donde nunca podía ser orgánica, han conseguido no renovar el modo de ser nacional, sino viciarle, desconcertarle y pervertirle.”

Que este vicio del modo de ser nacional haya afectado más a los catalanes, o más rápidamente, es otro tema. Triste es constatarlo, pero en España hoy estamos viciados. Cataluña fue siempre, precisamente, una afirmación de lo católico. Católicos fueron los catalanes cuando se alzaron contra Napoleón, que traía ideas perversas y anticatólicas, y aún lucharon antes en las olvidadas guerras contra los revolucionarios franceses. Católicos, y a machamartillo, durante la Reconquista. Católicos, sin ambages, en una intensa vida de piedad que ha caracterizado a Cataluña a lo largo de los tiempos, quien regó de mártires, Santos y buenos teólogos no sólo a Cataluña, sino a España entera, a la Hispanidad y la Cristiandad. Católicos, hasta la médula, en su derecho público cristiano, en sus instituciones públicas y privadas, tan llenas de sensatez y equilibrio (virtudes por excelencia catalano-católicas), henchidas de cristianismo, como bien nos explicara el catalanísimo Juan Vallet de Goytisolo en su libro “Reflexions sobre Catalunya”.
Detesto a los nacionalistas cada día más, sean estos nacionalistas catalanes o nacionalistas españoles. Para mí todos ellos comparten la misma ideología centralista, revolucionaria, anti-cristiana, odiadora de la realidad y del sentido común, amén de jacobina, aunque puedan diferir en los respectivos matices de la extensión del territorio nacional. Pero a sabiendas de que las naciones no son eternas (y menos cuando no cumplen el designio para el que fueron creadas por Dios), sé que este intento separatista no es más que otro, otro bofetón y otro escupitajo más, lanzado sobre el Cuerpo Místico de Cristo. Quien siendo cristiano no vea o no quiera ver esto, se equivoca de punta a punta. A las pruebas antes enunciadas me remito. Los nacionalistas catalanes perseguirán a la religión católica, la ahogarán, la oprimirán, la sincretizarán (para sus fines, sin duda). De esto, datos y hechos (y tan masónicos) de por medio, ya ha habido prueba y la habrá aún más mediando el tiempo.
Y ahora, queridos amigos católicos portugueses que os gozáis de estos intentos secesionistas catalanes, ¿podréis seguir justificando y alegrándoos de estas fracturas nacionalistas con los datos arriba proporcionados? ¿Podréis hacerlo siendo católicos? ¿Podréis seguir justificando una visión de España, mejor dicho, contra España, basada en el odio, cuando nuestra religión prescribe el Amor?
¿O es que vuestro mal, también, se llama nacionalismo?
Eso creo.
De todas maneras, y volviendo a citar a Menéndez Pelayo, España, las Españas, ha sido (o han sido) más de una y más de dos veces la Patria que supo resurgir de sus cenizas como el Ave Fénix a lo largo de la historia. ¿Quién sabe? A lo mejor el do de pecho de los españoles en relación a Cristo –y eso que ha habido gloriosos episodios- todavía no ha sido dado. Puede que, contra todo pronóstico, haya algo más en ciernes. Sólo requiere la vuelta a la Fe, la Restauración prometida por Nuestra Señora en Fátima para que la Gran Promesa del Sagrado Corazón de Jesús al Beato Padre Hoyos sobre España sea cumplida:

“Y volveremos a tener un solo corazón y una alma sola, y la unidad, que hoy no está muerta, sino oprimida, tornará a imponerse, traída por la unánime voluntad de un gran pueblo, ante el cual nada significa la escasa grey de impíos e indiferentes”.

Claro que, para ese último tiempo, las doctrinas que socavan la unidad católica, como las emanadas del V2, ya habrán sido volatilizadas.
De lo contrario seremos nosotros los volatilizados.

Rafael Castela Santos

sábado, setembro 29, 2012

Una Cum Papa Nostro



Porque o comboio da tradição católica é imparável!

Leituras para os tempos que vão correndo

Recomendadíssima a “Concepción Católica de la Economía”, do Padre Julio Meinvielle, uma obra todo ela embrenhada pelo pensamento social de São Tomás de Aquino e mais latamente da Igreja. Para que tantos católicos, ainda que com boas intenções, não tomem mais por católico aquilo que de católico nada tem e vice-versa. Leitura a ser complementada pela consulta da magnífica e renovada “Distributist Review” e do excelente “El Matiner Carli”.

Pequenos sinais evidentes

Um destes últimos dias - o que, de resto, faço em quase todas as semanas do ano - fui ao supermercado. Que tenha reparado, na ocasião, cruzei-me sucessivamente com três moçoilas, todas elas tatuadas: uma, tinha o desenho de um golfinho no pescoço; outra, de um conjunto de estrelas também no pescoço; outra ainda, por sinal trajada de forma bastante imodesta, de mais um conjunto de estrelas, desta vez abaixo do seu ombro esquerdo, e do que me pareceu ser um sol no respectivo tornozelo direito. Pelo meio, ainda topei um “orc” com um carácter chinês grafado na zona da nuca. Pensei para comigo: isto são pequenos sinais evidentes de uma sociedade em avançado estado de decomposição e em processo de acelerado retorno à barbárie. E lembrei-me então da leitura deste “Night of the Living Enlightenment”, de Michael J. Matt, publicado recentemente no “The Remnant”.

domingo, setembro 16, 2012

A desconstrução do Estado e da Igreja


A “AmChurch”, de que Michael Voris fala, é a “Outra” que nos Estados Unidos usurpou o espaço público da Igreja Católica e beneficia abusivamente do prestígio histórico acumulado por esta última. À imagem do que sucede com a sua irmã gémea, a “Igreja Autocéfala Modernista Lusitana”, em Portugal.

sábado, setembro 15, 2012

Um estranho afã

Ainda que conjunturalmente concorde com algumas das críticas feitas, não deixa de me causar estranheza o afã público com que D. Januário Torgal Ferreira tem fustigado - por duas vezes, nos últimos tempos - a pessoa do Primeiro-Ministro Passos Coelho e a política económico-financeira do actual Governo.

Não direi que o Bispo das Forças Armadas, com tal postura, haja extravasado objectivamente o âmbito do seu múnus episcopal, mas parece-me indubitável que o está a levar aos limites do admissível. Se porventura a sua posição crítica fosse manifestada de boa fé, a mesma poderia subsumir-se a uma defesa mediata, quiçá algo forçada, dos ensinamentos sociais da Igreja. Porém, boa fé em D. Januário Torgal Ferreira é coisa que creio não existir, supondo-o antes animado por outros interesses mais mundanos, mais rasteiros e mais difusos do que os ensinamentos da Igreja.

De facto, não é com certeza a preocupação com a salvaguarda do magistério eclesial que faz mover o Ordinário Castrense: fosse essa e ele teria defendido com denodo igual ao agora demonstrado a doutrina da Igreja concernente ao divórcio, ao aborto e aos emparelhamentos de homossexuais. E não foi isso que sucedeu, muito pelo contrário, conforme o demonstram as circunstâncias. Um estranho afã portanto, o de D. Januário Torgal Ferreira.

Para terminar, direi tão-só mais que alguém que exerce o cargo de Bispo das Forças Armadas deveria perceber, quanto à pessoa do Primeiro-Ministro Passos Coelho, que um homem que é favorável ao aborto e ao emparelhamento de homossexuais, por maioria de razão, não terá quaisquer escrúpulos em adoptar políticas que desrespeitem o pagamento do salário justo ou que oprimam os mais pobres. D. Januário Torgal Ferreira deveria perceber isto, mas desgraçadamente não percebe, porque na sua substância é igual a Passos Coelho, dele se distinguindo apenas acidentalmente quanto ao modo preferido de organização económica da sociedade - ambos materialistas, um favorável ao liberalismo anticristão; outro favorável ao socialismo outrossim anticristão.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Passos Coelho é incompatível com os valores cristãos

Concordo com as linhas essenciais, sem prejuízo de preferir pessoalmente a monarquia católica à democracia cristã.




quarta-feira, setembro 12, 2012

La opción monástica



A menudo, en conversaciones con amigos sobre la situación actual nacional y mundial, sale el consabido “… y ahora, ¿qué viene?”. En este mundo turbulentísimo, apartado de Dios, con una geopolítica durísima que nos aboca casi de manera impepinable a la III Guerra Mundial, salen autores como Benson o como Michael O’Brien, que se han tomado el esfuerzo –y no digo que no haya sido duro- de conjeturar acerca de cómo podrían ser las cosas. Y creo que es por ahí por donde vienen los tiros.
¿Qué se puede decir? Lo que viene dista de ser fácil. La persecución ya física contra los cristianos en muchas zonas del mundo (países musulmanes en general, China, Vietnam, Cuba, etc.), se le une la persecución en países occidentales, donde cada vez estamos más acorralados y asfixiados (EEUU, Venezuela, Israel, Unión Europea, etc.). Lo lógico es esperar que tanto la presión como la persecución (la física también) vayan a más en un futuro más o menos cercano.
Bien. El Papa parece tener su propia opinión acerca de lo que se viene y qué hacer. Y me encontré hace unos días con alguien que con mejores palabras que las mías había sintetizado esto en un artículo titulado “La opción monástica”.
Eso toca ahora: la opción monástica. Personalmente creo que no hay otra.
Pero que nadie se engañe. Puede haber un mal trago. De hecho va a haber un muy mal trago. La victoria que viene a continuación es la de Cristo. Todo menos desesperar.

Rafael Castela Santos

segunda-feira, setembro 10, 2012

Por uma autêntica arquitectura sagrada cristã - a Catedral de Nossa Senhora de Fátima, em Karaganda, no Cazaquistão


Enquanto por cá os responsáveis da Igreja portuguesa continuam a elogiar - demonstrando assim as suas preferências estéticas de ruptura - a arquitectura religiosa personificadora da revolução litúrgica pós-conciliar, desde os inqualificáveis mamarrachos de betão armado construídos a partir dos anos 70 até à recente e inenarrável “Capela Árvore da Vida”, é bom constatar que, um pouco pelo resto do mundo, um cada vez mais vigoroso movimento artístico vai contrabalançando a tendência ainda prevalecente em Portugal, defendendo com primor os cânones da ortodoxia tradicional que devem nortear a autêntica arquitectura sagrada cristã e propondo projectos novos inteiramente inspirados por aqueles mesmos cânones.


Nesta última categoria, conforme o comprovam as fotografias aqui publicadas, inclui-se a recém-construída e consagrada Catedral de Nossa Senhora de Fátima, em Karaganda, no Cazaquistão, obra imbuída de um espírito de beleza, reverência e dignidade autenticamente católico, em boa parte fruto do exemplar labor episcopal desenvolvido por Monsenhor Athanasius Schneider naquela diocese da Ásia Central. Ora, com respeito à edificação desta catedral e ao que ela simboliza, convém reter as importantes palavras pronunciadas pelo insigne bispo em entrevista concedida à Agência Zenit, de que os nossos amigos do “Fratres in Unum” dão eco parcial abaixo transcrito:

A arte é seguramente um instrumento de evangelização eficaz, como nos recorda o Magistério, e o Santo Padre insta-nos e encoraja-nos para que a usemos. Pode contar-nos a sua experiência de promotor de obras, que tanta arte e tanta beleza quis na sua diocese como sinal do testemunho da fé católica?

 A construção de uma nova catedral com uma estética verdadeiramente sacra e recheada com obras de arte é também uma proclamação daquele que é o primeiro dever da Igreja: dar a Deus, a Deus encarnado, o primeiro lugar, um lugar visível, pois Deus fez-se visível com a Encarnação e na Eucaristia; dar a Deus o primeiro lugar também no sentido de oferecer a beleza artística em sua honra, pois é Deus o autor de toda a beleza e merece receber em sua honra, da parte dos fiéis, obras verdadeiramente belas.

Além disso, uma catedral como esta pode ser uma concreta manifestação do terno amor de uma comunidade fiel, a esposa de Cristo, para com o Corpo de Cristo, que, em certo sentido, oferece em honra deste mesmo Corpo de Cristo a prodigalidade da mulher pecadora, que em honra de Cristo ofereceu aquele vaso de perfume precioso cujo preço era extraordinariamente grande («mais de trezentos denários», cf. Mc 14, 4). A fim de ungir o corpo de Cristo, a mulher pecadora gastou uma soma de dinheiro com a qual poderia sustentar uma família ao longo de um ano inteiro. As pessoas presentes indignaram-se diante de tamanho desperdício. Jesus, porém, louvou este santo desperdício dizendo: «Fez para comigo uma obra boa» (Mc 14, 6). Também hoje se deve continuar a fazer o “santo desperdício” para com Jesus.


Já visitaram a nova catedral muitas pessoas. Na maioria foram pessoas não católicas, e até mesmo não cristãs. Foram atraídas pela beleza e exprimiram de modo claro a sua admiração. Houve mesmo algumas mulheres não cristãs que até choraram de comoção à minha frente. Uma vez, durante meia hora, mostrei e expliquei a catedral a um jovem casal não cristão, com todos os pormenores da arte e das coisas sacras. Quando terminei e depois de sairmos da catedral, esta mulher não cristã disse-me: «Nesta meia hora purifiquei a minha ama. Posso vir cá outra vez sozinha? É que quero admirar no silêncio estas coisas belas?» Ao que eu respondi: «Certamente. Pode voltar todas as vezes que quiser.» Nessa meia hora, com a minha explicação de uma arte que é sacra e bela, consegui dar uma lição sobre a verdade da fé católica. A reacção de quase todas as pessoas que até agora visitaram a catedral, e especialmente das pessoas não cristãs, foi espontânea e neste sentido: admiração, silêncio, abertura ao sobrenatural. Constatei em todos estes casos que a verdade da alma humana é naturalmente cristã, como disse Tertuliano, isto é, Deus inscreveu na alma humana a capacidade para o conhecer e para o venerar. O dever dos católicos é o de conduzir estas almas, assim abertas em relação à fé e à adoração sobrenatural, para a adoração de Cristo, da Santíssima Trindade, é o de conduzir as almas para o céu. Nas grandes portas de bronze à entrada da catedral estão escritas estas palavras da Sagrada Escritura: «Esta é a casa de Deus, esta é a porta do céu» (Domus Dei-porta coeli). Estas palavras sagradas são, por isso, um mote muito adequado para esta catedral, isto é, para esta obra visível de evangelização, como o são também para toda a obra da evangelização.


quinta-feira, agosto 23, 2012

Intrinsecamente perverso







No que respeita ao caso concreto da satânica experiência romena abordada por Michael Voris, e para quem queira aprofundar o conhecimento acerca da mesma, sugiro complementarmente a leitura do impressionante livro “O holocausto das almas”, da autoria de Gregori Dumitrescu, editado pela Antília Editora, no ano de 2008.

quarta-feira, agosto 22, 2012

Pela restauração da cultura católica






O “Roman Forum” referido no segundo programa foi fundado em 1968 por Dietrich von Hildebrand. No mesmo segundo programa, Michael Voris entrevista uma autêntica “equipa de sonho” da tradição católica: Brian Mccall, Christopher Ferrara, John Rao, Michael Matt, John Médaille, Hilary White e Monsenhor Ignácio Barreiro.

segunda-feira, agosto 20, 2012

A propósito de uma manifestação antitauromáquica

Por mero acaso, vi através da televisão as imagens de uma manifestação ocorrida ontem em Viana do Castelo, feita em protesto contra a realização de uma corrida de touros naquela cidade minhota. Reparei que entre os diversos cartazes empunhados pelos manifestantes, num se afirmava “Pelo fim dos crimes sem castigo!”, enquanto noutro se proclamava “Você escolhe, eles não!”, presumindo que “eles” são os touros de lide. Pensei para comigo: eis aqui dois belíssimos motes, susceptíveis de serem aplicados ainda com mais propriedade aos nascituros inocentes e indefesos, eliminados implacavelmente sem qualquer outra opção, por força do aborto, no próprio seio materno.

Estariam de tal factualidade cientes aqueles manifestantes? Estariam os mesmos, em coerência, dispostos a demonstrar igual empenho numa manifestação antiaborto? Ou suporiam antes que um touro de lide tem maior dignidade moral do que um nascituro? Julgariam porventura que uma lide taurina é acto moralmente mais grave do que o provocar a morte a um ser humano inocente e indefeso? É algo que dá que pensar, sobretudo a mim que nunca gostei de corridas de touros, que jamais assisti a uma corrida numa praça (fiquei-me por uma tourada à corda, na Ilha Terceira, nos Açores…) e que creio até ser a tauromaquia uma actividade em franco declínio, à qual a grande maioria dos portugueses fica indiferente.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Uma boa análise


Os nossos bispos “conservadores”: por que odeiam eles tanto a Tradição em geral e a Missa de rito latino-gregoriano em especial?

quarta-feira, agosto 15, 2012

Assunção da Santíssima Virgem


O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, pois que, por teu intermédio, reduziu a quase nada os nossos inimigos. Abençoada és tu, minha filha, pelo Senhor, o Deus altíssimo, entre todas as mulheres da terra. Bendito seja o Senhor, criador do céu e da terra, que te levou a cortares a cabeça do chefe dos nossos inimigos. De tal maneira ele hoje glorificou o teu nome, que o teu nome não desaparecerá da boca dos homens, para sempre lembrados do poder do Senhor. Ao veres os sofrimentos e a amargura do teu povo, não quiseste poupar a tua vida; antes nos salvaste da ruína, sob o olhar protector do nosso Deus: Tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel, a honra do nosso povo.

Epístola extraída do livro de Judite (13, 22-25 e 15, 10), lida a 15 de Agosto, no rito tradicional latino-gregoriano, por ocasião da Festa da Assunção da Santíssima Virgem .

Roberto de Mattei em português - "O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita"


Depois da publicação de “Dominus Est”, de Monsenhor Athanasius Schneider, e de “Summorum Pontificum - Um problema ou uma riqueza?”, do Padre Manuel Folgar, com a edição de “O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita”, de Roberto de Mattei, a Editora Caminhos Romanos está de novo de parabéns, por disponibilizar ao público leitor português (e, em especial, aos católicos) uma obra que está no centro do debate presentemente em curso no seio da Igreja Católica acerca da correcta compreensão, alcance e valor do Concílo Vaticano II, e que há não muito foi galardoada em Itália com o prestigiado Prémio Acqui Storia 2011. Leitura recomendadíssima!

terça-feira, agosto 14, 2012

Bernardes

Nos dias de hoje lê-se de tudo. Basta entrar numa livraria para nos depararmos com um número infindável de títulos que interminavelmente se vão renovando a uma velocidade vertiginosa. Ele são best-sellers, ele são prémios nobel, eles são escritores de há muito consagrados, eles são inovadores no estilo, nos temas, nas sensibilidades… A literatura como um maremoto implacável submerge-nos numa ansiedade que freneticamente bulímica quer estar a par de tudo, não descurando nada, pelo menos, daqueles inumeráveis autores que nos são solene e indiscutivelmente apontados como os melhores e os mais autorizados.

E, no entanto, é imensa a palha e as bolotas que nos apresentam como nutrimento intelectual e que por jejum rigoroso de excelência, deliberadamente desdenhada e oculta, nos sabem como delícias do chefe José Avillez.

Já me referi num outro texto ao conselho avisado do excelente escritor P. João Maia, SJ, sobre os livros e autores a ler e a reler: Homero, Dante, Cervantes, Shakespeare, Dostoievski e poucos mais. Hoje porém desejaria indicar alguns autores dotados de uma excelência singularíssima na arte de escrever, tanto na forma como no conteúdo, e que, estranhamente, muitos deles não são tidos em conta na generalidade das apreciações. De facto, como é possível ignorar a correspondência de S. Jerónimo, as obras de S. Cipriano de Cartago, de Tertuliano, de Lactâncio; e que dizer das Confissões ou da Cidade de Deus de Sto. Agostinho? Dos sermões de S. João Crisóstomo? Das Homilias de S. Pedro Crisólogo? Da Moralia in Job de S. Gregório Magno? Das cartas de S. Pedro Damião? Do comentário ao Cântico dos cânticos e aos escritos sobre a Virgem Maria de S. Bernardo de Claravalle? Das poesias e dos comentários aos Evangelhos de S. Tomás d’ Aquino? Da biografia de S. Francisco de Assis por S. Boaventura, do seu Itinerário da Mente em Deus? Do Cântico das criaturas do mesmo S. Francisco? Como é possível fazer tábua rasa das obras de S. João da Cruz? De Santa dos Diálogos de Santa Catarina de Sena? Das obras de Santa Teresa de Jesus? De Frei Luiz de Granada? De Frei Luiz de Leão? Do nosso Frei Luís de Souza? Do P. Manuel Bernardes? Dos Manuscritos Autobiográficos de Santa Teresa do Menino Jesus? Estes, e os mais que podíamos indicar, são desprezados pela intelligentzia contemporânea e mesmo eclesial e no entanto são os alicerces, os fundamentos do que somos como cultura. Felizmente, embora não aparecem nas estatísticas oficiais, muitas destas obras têm tido incomparavelmente mais leitores do que os best-sellers; infelizmente muitos os desconhecem cada vez mais tendo cada vez menos acesso a eles.

As obras do P. Manuel Bernardes, por exemplo, que foram durante muito tempo alimento literário e espiritual de gerações encontram-se esgotadas e não são reeditadas. A Lello que tinha o mérito de as ter editado (apesar dos erros e gralhas), com a grafia actual, em cinco volumes de papel bíblia, de há muito que as não reedita. Hoje, mesmo em alfarrabistas, é extremamente difícil topá-las. Provavelmente, a crítica ferozmente iníqua que Jorge de Sena e outros lhe dirigiram terá contribuído para isso. Castilho, injustamente votado ao esquecimento, provavelmente por causa da “questão coimbrã”, numa página em que só peca por ser demasiado severo para o P. António Vieira, compara Bernardes e Vieira:

“É Vieira sem contradição mestre guapíssimo de nossa língua, e o mesmo Bernardes assim o conceituava; que, porém, a si o propusesse como exemplar, nem o indica, nem consta, nem se pode com indução plausível suspeitar; eram ambos engenhosos no discorrer, puros e esmerados no exprimir; — eis aí a sua única semelhança; — no demais pareciam-se como entre si se podem parecer duas árvores de espécies diversíssimas.

Lendo-os com atenção, sente-se que Vieira, ainda falando do céu, tinha os olhos nos seus ouvintes; Bernardes, ainda falando das criaturas, estava absorto no Criador. Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo, e Bernardes para a cela, para si, para o seu coração. Vieira estudava graças a louçainhas de estilo; achava-as, é verdade, tinha boa mão no afeiçoá-las e uma graça no vesti-las como poucos; Bernardes era como estas formosas de seu natural que se não cansam com alindamentos, a quem tudo fica bem; que brilham mais com uma flor apanhada ao acaso, do que outras com pedrarias de grande custo. Vieira fazia a eloquência; a poesia procurava a Bernardes. Em Vieira morava o génio; em Bernardes o amor, que, em sendo verdadeiro, é também génio. Vieira sacrificava tudo à sua necessidade suprema, ao empenho de ser original e único; sacrificava-lhe a verdade, sacrificava-lhe a verossemelhança; sacrificava-lhe até a possibilidade; não hesitava em propor o princípio mais absurdo, como fosse ou parecesse novo, e como para lá não achava caminho pela lógica, fabricava-o com pontes sobre pontes, através de um oceano de sofismas, de argúcias, de puerilidades, de indecências, de quase heresias, e, contente de lá chegar por entre os aplausos, não se detinha a reflectir se não tinha sido aquilo um grandíssimo abuso da grande alma que Deus lhe dera, uma dúplice vaidade aos olhos da religião e da filosofia, um exemplo ruim, mais perigoso pelo agigantado de quem o dava. Bernardes não tomava tese que da consciência lhe não brotasse, e a desenvolvê-la aplicava todas as suas faculdades intelectuais, que eram muitas, e todas as faculdades morais que eram mais, tresdobradamente. Vieira zomba frequentes vezes da nossa credulidade, podemos desconfiar da convicção de Vieira, ainda quando nos fala certo; Bernardes é um amigo cândido e liso, que, ainda quando nos ilude, não nos mente.

Por tudo isso se admira Vieira: a Bernardes admira-se e ama-se.”

Também Camilo Castelo-Branco, de resto admirador incondicional de Castilho, nutria um carinho muito especial por Bernardes preferindo-o a Vieira.

Acresce que a suculenta e saborosa doutrina ascético-mística, presente nas obras de Bernardes, no seu essencial (tendo embora em conta a mudança dos tempos), é de muitíssimo proveito para as almas cristãs, em particular para Sacerdotes e Religiosos.

Antero de Quental grande amigo de Eça lamentava a sua pobreza de vocabulário e exortava-o a ler os Clássicos. Mais tarde Eça, em Paris, começará a ler Vieira (aliás o seu conto do enforcado é um desenvolvimento de uma narração de Vieira num dos seus sermões do Rosário) e confidencia-o a António Nobre pedindo-lhe que quando voltasse a Portugal recomendasse a todos a leitura dos seus sermões.

A literatura portuguesa, em grande parte, afastou-se de tal modo das suas raízes que nos dias de hoje um leitor comum deparar-se-á com uma enorme dificuldade em compreender e saborear um texto de Bernardes, de Vieira, de Luís de Souza, de Heitor-Pinto. E como lhe servem quotidianamente repasto de ruim qualidade pode inclusive sentir-se enjoado e mesmo tomar asco aos escritos dos autores referidos. Não se deixe porém vencer desistindo pois se for constante e persistir a recompensa será grande. Então encontrará palavras que lhe enchem a alma, que trazem dentro em si as realidades que significam possibilitando-lhe experiências e vivências de transcendência. Eça, não obstante, todo o mérito literário, faz da religião um ornamento, um mero elemento estético. Mesmo o Suave Milagre e a Vida de Santos, não obstante a sua beleza e o facto de representarem claramente um avanço e uma aproximação ao religioso, carecem de densidade e profundidade (Raúl Brandão nas suas Memórias refere que estando com Eça lhe viu bentinhos, medalhas religiosas, no pescoço).

Pelo contrário, quem conhece a obra de Camilo não estranhará os Clássicos nem a sua religiosidade pois que a linguagem dos seus textos está toda ela embebida dos escritos clássicos e religiosos, mesmo quando (ele ou o narrador) se atiça contra a Igreja ou mesmo quando blasfema. Será esta a razão do seu saneamento dos estudos de português? É verdade que nalgumas das suas obras ele recorre à linguagem religiosa para através dela incutir o contrário das suas verdades, por exemplo, a justificação do adultério.

Quanto mais aprofundo os textos e a vida do P. Manuel Bernardes mais me persuado da enorme conveniência de que seja mais conhecido e estudado. Desconfio mesmo que seja Santo, um Santo ainda não canonizado que pediu ao Senhor, com receio de perder a Graça da perseverança final, que o pusesse em estado de inocência antes da morte o que lhe foi concedido, salvo erro, dois anos antes de adormecer em Cristo. Como o pai de Santa Teresa de Lisieux, que também padeceu a mesma cruz, já beatificado, esperemos que Manuel Bernardes também o possa vir a ser.


segunda-feira, agosto 06, 2012

"Liturgy and Personality", de Dietrich von Hildebrand


Publicado originalmente em Março de 1943, “Liturgy and Personality” foi um dos primeiros livros escritos em inglês por Dietrich von Hildebrand depois da sua chegada aos Estados Unidos: trata-se de uma obra brilhante, na qual o seu autor discorre com enorme e intensa elevação espiritual acerca de um tema que lhe era caríssimo - o da liturgia católica, o da absoluta centralidade desta na vida cristã e de todos os efeitos benéficos que da mesma decorrem para quem a vive de forma integral e totalmente consciente. Hoje, decorridos quase setenta anos desde a sua publicação, “Liturgy and Personality” continua a ser uma notável apologia da liturgia da Igreja do Ocidente (uma das mais belas que já li), bem demonstrativa do verdadeiro amor que Dietrich von Hildebrand tinha - entre outras manifestações desta - à Missa Tradicional de rito latino-gregoriano (amor confirmado em pleno nos anos conturbados após o Concílio Vaticano II por um texto absolutamente fulcral como “The Case for Latin Mass”).

Ora, pelas razões acima indicadas, “Liturgy and Personality” é uma obra merecedora da atenta leitura por parte de todos os católicos tradicionalistas, ademais de na actualidade ser um magnífico repositório que lhes permite recapitular toda a essência, todas as razões profundas do combate em defesa da liturgia da tradição.

***

The Liturgy is pervaded with this spirit of awakeness. The Liturgy is a vigil in itself in the highest sense of the word and organically draws all who live in it into this spirit. In liturgical prayer, we emerge from the grip of our interests and worries, the tension centered in our labors, the immediate goals of practical life, the importunate “mincing” of being which the visible world offers; we emerge towards the great things that are eternally and invariably important, towards the mysterium Divinitatis, the mysterium Trinitatis, the mysterium Incarnationis, the mysterium misericordiae et caritatis, the magnalia Dei, the great deeds of God, the mystery of the Suffering Christ and the Eucharist. We emerge from the visible, not just to cast a fleeting glance on that world of mysteries, but to abide in it at length, believing, hoping, loving, thanking, praying, asking. All this, is the expressed accomplishment of awakeness. We sacrifice and pray during the Hours of the day, not in order to become awake but in order to glorify God. Yet this deep, broad stream of liturgical prayer before God is the actualization of being awake. Participation in the prayer of Christ means to be awake in the highest sense of the word. The performing of the Liturgy means also being awake to ourselves and our true metaphysical situation. Thanks to the Liturgy, we stand consciously where we objectively stand in truth. Here the cardboard houses of pride collapses; all the illusions of concupiscence, all repression, all flight from God and from oneself, all self-beguilement which is implied in turning away from the reality, all of this falls to pieces. Our sin, our guilt, our responsibility, death, which none of us can escape, the danger of eternal damnation, our nothingness before God, God’s infinite mercy, our redemption through the blood of Christ, all stand revealed before us. In the Liturgy which we perform through, with, and in Christ, who is eternal Truth, we are placed into Truth. All semblance and twilight are dispelled through Lumen Christi; all is laid bare in that light - ourselves, our condition, our vocation.

All earthly goods, our earthly actions and designs, are also placed in their right place in conspectus Dei. To be awake is not only extended to eternal things but also to transient and earthly ones. The Liturgy is in itself awakeness in the highest sense of the world, and it leads, moreover, all who live in it to being awake.

Dietrich von Hildebrand, in “Liturgy and Personality” - New York and Toronto, Longmans, Green and Co., Second edition, 1943 - páginas 120 a 122.

quarta-feira, julho 25, 2012

Sobre el comunicado de la FSSPX tras su Capítulo General


Muy atinado y recomendable el artículo sobre las consecuencias del Capítulo General de la FSSPX que se ha publicado en Religión en Libertad recientemente. No dejen de leerlo, porque es enjundioso.
Sostiene allí Carmelo López-Arias, quien lo firma, que pese a todas las aparentes contradicciones y obstáculos “insalvables”, se da una situación actual que es mucho mejor que la existía en años previos. Y es verdad:

“[S]e abre pues, ahora, un impasse que puede ser largo, pero que puede resultar muy útil para aproximar posiciones. Sería insensato que dos partes (ciertamente no iguales en jerarquía, pero sí iguales en la firmeza de sus posturas) que han mejorado significativamente su relación tras un delicado proceso de años, den ahora un paso atrás para empeorarla sólo porque no han conseguido coincidir del todo.”

Cabe, además, felicitar a Carmelo López-Arias, porque él –antes del Capítulo General- sí que acertó acerca de cómo podrían quedar las cosas. Les puedo decir a mis lectores de A Casa de Sarto que yo sí di por hecho que se regularizaría a la Hermandad, o este ciertamente era el ambiente optimista de la que nuestras fuentes romanas nos hacían partícipes. Lo que estas fuentes no sabían era del sabotaje que desde dentro de Roma misma se hizo a dicha potencial regularización al imponer condiciones inaceptables a Monseñor Fellay.
Por nuestra parte, aunque nos tilden de polémicos, seguimos manteniendo lo que dijimos en una entrada anterior nuestra (salvo el error que me han señalado, y cuya corrección por supuesto acepto, de haber dicho que Monseñor Pozzo era Presidente de Ecclesia Dei, cuando en realidad era Secretario, y que el Presidente de la misma era el Cardenal Levada). Créanme que no tengo la más mínima intención de ser polémico. Tan sólo de compartir algunas reflexiones personales con Vds, que no puede ser otro el propósito de esta bitácora, y que les puedan servir para orientarse mejor y disponer mejor sus almas en aras a la salvación. Ni más ni menos. 
El comunicado de la FSSPX posterior al Capítulo General es tremendamente claro y tiene muchos elementos positivos. De entrada se ha conjurado el peligro de escisión interna, algo enormemente deseado por los enemigos de la Tradición, tanto en Roma como fuera de ella. Escisión en la que hubo mucho tonto útil, dicho sea con todo el respeto, dentro de la Hermandad, no dudo que muchas veces sin tal intención. Dicho comunicado empieza congratulándose por la recuperación de la unidad; recuperación obtenida por la reafirmación de los principios básicos que unen a los más de 500 Sacerdotes que constituyen la FSSPX. Unidad amenazada últimamente por los pecados de algunos de sus miembros: sedición, calumnia, imprudencia grave, negligencia también grave y hasta traición. Entre otros. No importa: parece que ahora las aguas han retornado al cauce de la paz, la serenidad y el compromiso firme en los objetivos que dieron origen a la FSSPX y que –lamentablemente- siguen estando más vigentes que nunca. El propio comunicado así lo reconoce al constatar la realidad de este mundo moderno, que se aleja cada vez más de Dios, y la no erradicación de errores básicos como la no afirmación de la Realeza Social de Nuestro Señor Jesucristo, la colegialidad o la libertad religiosa con su peligroso hijo del ecumenismo. Todos estos mencionados explícitamente en dicho comunicado.
Un excelente análisis de las implicaciones del Capítulo General y el comunicado que le siguió fue realizado por Brian McCall en The Remnant. A él me remito, porque aunque pueda discrepar en algún punto particular o algún matiz, creo que es muy sensato y bien merece tenerse en cuenta. Me gusta la comparación de McCall del trípode revolucionario: Libertad (la religiosa, triturando el principio de Extra Ecclesia, nulla salus), Igualdad (la no-Realeza de Nuestro Señor Jesucristo, Él es sólo “uno más”) y Fraternidad (la colegialidad episcopal versus la monarquía templada del Santo Padre). La afirmación de la autoridad del Papa, como principio, es formidable. De hecho muchos “católicos” no harían tal afirmación y su espíritu está inclinado hacia sabotear dicha autoridad. Empero cabe plantear como crítica a McCall –y a la Hermandad de San Pío X- lo que bien explica La Honda de David, quien reconociendo que si bien la Verdad está del lado de la FSSPX, hay un problema con exigir la vuelta a la Tradición de Roma de manera íntegra como condición previa y a priori:

“Lo que no es legítimo (en el sentido de legal y no en el de la conveniencia) es pedir la ‘conversión de Roma’. Es ultrapetita, es decir, va más allá del objeto de lo que se peticiona que es la continuidad de la Tradición y es ponerle un límite a la autoridad del Pontífice. Como decir que un padre pierde su potestad porque es pecador y esperar a su corrección para obedecerle en lo que no ofende la ley de Dios o no es arbitrario.”

Y creo que  La Honda de David tiene razón. Y también creo que, a veces, hay algunos conceptos eclesiológicos en la FSSPX que me chirrían un poco.
Ahora bien, un punto que sí merece consideración aparte es que la FSSPX traiga en su comunicado un tema aparentemente “lejano” al Capítulo General y lo que allí se ha estado dirimiendo. Me refiero al tema de los cristianos perseguidos.
No voy a entrar en lo que es de sobra conocido: la situación de los cristianos en el Oriente Medio, en particular en los países “liberados” por los occidentales últimamente, como Irak, Túnez, Egipto o Libia y, próximamente, Siria. O en los países sunnitas. O en Israel, con sus matices, tan unido a esos países sunnitas en tiempos muy recientes. O en Sudán del sur, vuelto a ser militarmente atacados los cristianos. O en Nigeria. O en Kenia. O en Tanzania y otros muchos lugares de África. O el hostigamiento a los católicos, quizás incruento frente al cuerpo pero terriblemente lesivo para el alma, que se da en los Estados Unidos o en esta maldita Unión Europea. O la situación de los católicos en el mundo comunista: China, Cuba, Vietnam, etc. La persecución a los cristianos se está haciendo extensiva en todo el mundo y de mayor intensidad. Negar esto es negar la realidad.
La Hermandad de San Pío X ha considerado oportuno unirse a estos millones de cristianos perseguidos por causa de su Fe. Y liga esta afirmación con la del sufrimiento del Cuerpo Místico de Nuestro Señor Jesucristo y con la esperanza que estas muertes, estos martirios sangrientos y también los secos, sirvan para hacer crecer dicho Cuerpo Místico. La FSSPX adopta aquí un planteamiento apocalíptico del que me alegro, porque es necedad querer ver la realidad circundante con otro prisma. Quizás, también, en consideración anticipada de la persecución terrible que sobre el pusillus grex se avecina, y que la Hermandad bien representa.
La situación actual invita poco al optimismo con respecto a una posible regularización. En este último paso la mala voluntad de Roma ha sido patente. Quizás ciertos aspectos necesitan ser todavía madurados por ambas partes. Pero hay una pequeña puerta abierta a la esperanza. Insisto: no todo está perdido. Para ello, remarca Carmelo López-Arias en Religión en Libertad, quién puede ganar la partida:

“[E]l tiempo, en este caso, corre a favor de quien piensa, no de quien se agita”.

Y, mucho me temo, aquí ha habido mucho agitado. Los hombres de Dios saben bien que lo que conlleva agitación no puede venir de Dios.
A seguir rezando. En paz, sin agitación, con abundancia de silencio. Aunque sea el martirio (y dado el odio y la saña de los enemigos de Cristo hoy día no deberíamos contar con que este martirio vaya a ser mínimamente humano) lo que nos aguarde.

CODAS: (1) Y siguen pasando las semanas, una tras otra, y el Santo Padre sin hacer el más mínimo gesto de querer consagrar Rusia al Inmaculado Corazón. (2) ¿Se han fijado en el auge del comunismo en el mundo? Ambos hechos, también, son apocalípticos. (3) No menos me parece el nombramiento de Müller para la Doctrina de la Fe. Pareciera más bien un caso de zorra a la que se pone a guardar el gallinero. 

Rafael Castela Santos